República da
Espada: dois presidentes militares
Conceito de República da Espada
República da Espada é o nome que se dá ao período inicial da República
no Brasil (entre 1889 e 1894). Ganhou este nome, pois o Brasil foi governado
por dois militares neste período: Marechal Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.
Contexto histórico
Após a Proclamação da República (15/11/1889), as oligarquias brasileiras
temiam a volta da monarquia, pois sabiam que esta fase de transição poderia ser
um momento de fragilidade política. Portanto, confiaram esta fase inicial do regime
republicano ao exército para garantir a instauração da República. Tanto os
militares quanto os ricos cafeicultores da região sudeste não desejavam o
retorno ao regime monárquico.
Características gerais principais:
- Ações voltadas para a transição do regime monárquico para o
republicano;
- Instalação e consolidação das instituições da República como, por
exemplo, o sistema eleitoral;
- Adesão aos ideais do positivismo;
- Estabelecimento do Estado Laico (separação entre o Estado e a Igreja);
- Manutenção das oligarquias agrárias no poder, principalmente dos
cafeicultores da região sudeste.
Governo Provisório de Deodoro da Fonseca (1889 a 1891)
Foi estabelecido para garantir a transição da Monarquia para a
República, formar um governo de transição e resolver os problemas mais
urgentes.
Principais medidas:
- Abolição das instituições da Monarquia;
- Anulação da Constituição de 1824;
- Convocação de eleições para uma Assembleia Constituinte.
Encilhamento
O encilhamento foi o nome que ganhou a política econômica do Ministro
Rui Barbosa que visava o desenvolvimento do Brasil, principalmente na área
industrial. Esta política baseava-se na adoção de medidas protecionistas,
liberdade para a emissão de moeda por parte de bancos privados e facilidades
para abertura de empresas de capital aberto.
As medidas não deram certo, e geraram uma grave crise econômica no país.
O que se viu foi o aumento da inflação, falências de empresas e o crescimento
da especulação financeira.
A Constituição de 1891
A primeira constituição da República foi promulgada em 24 de fevereiro
de 1891, ela apresentou as seguintes características:
- Estabelecimento da República Federativa, composto por vinte estados
(unidades da federação), possuidores de certa autonomia;
- Divisão da República em três poderes: Executivo, Legislativo e
Judiciário;
- Manutenção da propriedade particular;
- Liberdade de pensamento e de associação;
- Criação de sistema eleitoral com as seguintes características: era
aberto (não secreto) e não tinham direito ao voto as mulheres, menores de 21
anos, mendigos, analfabetos, soldados e padres.
Governo Constitucional de Deodoro da Fonseca (1891)
Após o fim do período provisório, Deodoro da Fonseca se manteve no poder
com apoio dos militares, cafeicultores e políticos que representavam as
oligarquias agrárias do país. Porém, foi um período muito conturbado e de
grande pressão política. A crise econômica era grande e os militares deixaram
de dar apoio ao governo após este fechar o Congresso, desrespeitando a
Constituição, e convocar novas eleições. Com pouco apoio político, Deodoro
renunciou em 23 de novembro de 1891.
Governo Floriano Peixoto (1891 a 1894)
De acordo com a Constituição, se um presidente não completasse dois anos
de mandado, ao renunciar, deveriam ser convocadas eleições presidenciais.
Porém, o marechal Floriano Peixoto assumiu o poder e não convocou eleições.
Seu governo foi marcado por:
- Enfrentamento de revoltas como, por exemplo, A revolta da Armada
(1893) e a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul (1893);
- Adoção de medidas populares: redução dos valores dos aluguéis, redução
de imposto sobre a carne, construção de casas populares;
- Forma de governar marcada pelo nacionalismo;
- Medidas econômicas protecionistas, visando proteger a nascente
indústria brasileira.
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